sábado, 10 de janeiro de 2009

Djokovic e o momento de afirmação

Novak Djokovic vive um momento chave em sua (curta) carreira. Depois de assombrar o mundo no final de 2007, quando foi vice-campeão do US Open e no início de 2008, quando venceu o Aberto da Austrália, o sérvio passou a ser considerado por quase todos como um futuro número 1 do mundo.

Na temporada de saibro na Europa, “Nole” chegou a ter a possibilidade de “roubar” o segundo lugar do ranking do então vice-líder Rafael Nadal. No entanto os resultados começaram a sumir e Djokovic chegou ao final do ano desacreditado. Ao vencer a Masters Cup, ressurgiu das cinzas e mais uma vez está a um passo de virar o segundo melhor do mundo.

Para 2009 escolheu começar o ano de uma maneira diferente dos seus mais diretos adversários. Enquanto Rafael Nadal, Roger Federer e Andy Murray foram a Abu Dahbi e depois para Doha, Djokovic escolheu um torneio mais fácil, indo direto para a Austrália, onde foi jogar em Brisbane. O que poderia ser uma estratégia que lhe garantiria logo a posição de número 2 antes do Australian Open, se tornou um pesadelo, com a derrota na estréia para seu ex-parceiro de treinos, o letão Ernest Gulbis.

Ninguém nega que Djokovic tem talento para ser um dos grandes, mas seu estilo tem lhe trazido tantos fãs adolescentes quanto desafetos no circuito. Sua marca registrada no início da carreira foram as imitações. Engraçadas, inclusive. Porém, o sérvio passou do ponto e acabou se tornando desagradável. A péssima postura da família acabou lhe causando mais problemas, principalmente após seus pais terem ouvido um “cala a boca” de Federer.

Em um esporte onde Rafael Nadal e Roger Federer são inimigos ferrenhos dentro da quadra e “parceiros comerciais” fora dela, promovendo evento e enchendo o bolso, Djokovic parece querer brilhar sozinho. No Masters Series de Paris ao entrar em quadra fantasiado de zorro, pareceu querer mostrar ao mundo que era um super-herói.

Tecnicamente e comercialmente ainda está muito longe disso, e, pelo momento, parece mais fácil ser superado por Andy Murray do que passar Roger Federer.

3 comentários:

Rui Viotti Filho disse...

E para vermos como o tênis não é ciência exata, talvez tivesse sido melhor para o Federer, pelo menos até o AUS Open, perder a segunda posição. Neste caso ficaria livre de mais um confronto com o Murray antes da final. No momento o escocês parece ser um adversário mais perigoso para o suíço do que o próprio Nadal.

Túlio disse...

Eu gosto do jogo do Djokovic. O Federer mostrou a importância da busca por um jogo mais completo. Djokovic começou sendo agressivo, depois foi adquirindo melhor movimentação, top spin, paciência para trocar de bolas, etc. Murray é outro que, embora não tenha nenhum golpe superior, faz tudo muito bem.

Acho que o maior problema do Djokovic está nos seus pais, que devem falar bobagem no ouvido do garoto.

Thiago Padilha disse...

Eu acho o jogo do Murray muito parecido com o do Djokovic, eles tem vitórias notáveis sobre Nadal e Federer, e quando estão vencendo a mídia sempre os credita como favoritos e como futuros número 1 do mundo, algo que não concordo.
Murray pra mim está no mesmo nível e situação do Djokovic, jogador magro e rápido que chega em todas as bolas, com muita potência tanto no backhand quanto no forehand, ambos são muito regulares e tem um saque muito firme e estável.
Murray talvez seja superior no slice e na variação, porem as situações ainda sim são iguais:
Vice-campeão do USOpen(perdendo pro Federer) com início de ano arrasador(vencendo o Federer), com risco de vencer o Austalian Open.

Pra mim fica claro que Djokovic ainda é superior pois ele conseguiu fazer o que até então apenas Rafael Nadal, Gustavo Kuerten e Marat Safin conseguiram nos últimos 5 anos... vencer Federer em um Grand Slam...
Por mais que exaltem tanto o Murray como o Djokovic, acho que eles têm que comer muito arroz com feijão pra chegar ao número 1 do mundo, e acho que Djokovic pode chegar la primeiro do que Murray, pra mim isso ai do britânico é uma daquelas fases tipo a do Nalbandian no fim de 2007.


Forte abraço!