segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Bellucci e Aberto de São Paulo

Depois de bater o local Carsten Ball na estréia do quali do "250" de Brisbane, na Austrália, Thomaz Bellucci foi derrotado na segunda rodada pelo italiano Andrea Stoppini por 6/3; 6/4.

Com a derrota, a eurofia virou frustração e, principalmente nos fóruns de internet, Thomaz deixou de ser a esperança brasileira e se transformou em "jogador de challenger". Nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Bellucci é um bom jogador, que furou rapidamente o top 100 e deve ser tratado com respeito. Nem deve ser considerado "o sucessor de Guga" e nem como um enganador. Sou totalmente contra essa "torcida de futebol" no tênis.

E hoje começa o Aberto de São Paulo, torneio da série challenger com uma bela premiação (100 mil dólares mais hospedagem), disputado no parque Villa-Lobos. A entry-list é bastante interessante e conta com sete brasileiros que entraram direto na chave (Marcos Daniel, Thiago Alves, João "Feijão" Souza. Rogerio Dutra Silva, Ricardo Mello, Ricardo Hocevar e Franco Ferreiro), além de quatro convidados (Flávio Saretta, Daniel Silva, Eric Gomes e Nicolas Santos). É possível ainda que mais trêrs brasileiros furem o quali, apesar de ser provável apenas mais um atleta nacional na chave.

Além dos brasileiros, jogam o torneio o espanhol Fernando Vicente, o dinamarquês Kristian Pless, os argentinos Carlos Berlocq (atual vice-campeão), Leonardo Mayer, Sergio Roitman e Brian Dabul, o chileno Paul Capdeville, o norte-americano Michael Russell (aquele que teve match-point contra Guga em Roland Garros) e o alemão Benjamim Becker (que aposentou Andre Agassi).

Na primeira rodada os jogos mais interessantes são: Marcos Daniel x Fernando Vicente, Michael Russell contra o colombiano Santiago Giraldo e o uruguaio Pablo Cuevas contra Ricardo Mello.

7 comentários:

Rui Viotti Filho disse...

Muito inconformismo pela Internet afora, diante da derrota do Bellucci. É mais um obstáculo que o paulista terá que superar. Por ser a maior esperança brasileira, ele sofrerá muita pressão. E vai ser tipo montanha russa. Cada boa vitória renderá elogios e previsões como: "tem jogo para ser top 20". Nas derrotas levará muita porrada, especialmente se for para jogadores de ranking pior. Uma das coisas mais difíceis no tênis é antecipar o rumo de uma carreira. Os exemplos são inúmeros. Tem o cara muito talentoso, que parece que vai mas não vai. Tem aquele pelo qual ninguém dá nada, mas que de repente se mete nos top ten. Tem o criticado que se classifica várias vezes para a MC. Tem o juvenil bem sucedido, cheio de potencial, que não consegue nada quando vira profissional. Tem o fodão que se contunde em pleno auge e não volta mais ao seu melhor nível. E por aí vai. Então fica bem complicado fazer agora qualquer aposta concreta em relação ao futuro do Bellucci. Eu torço muito para que apareça outro brasileiro de destaque, seja no masculino ou no feminino. Sobre a derrota em Brisbane, não dá para falar muito sem ter visto o jogo. Bellucci era o favorito teórico, por ter melhor ranking, mas não estava em seu piso preferido. Existe também o fator momento. O italiano já havia eliminado John Isner, um grandalhão nascido e criado nas hard-courts e perigoso neste tipo de quadra. Sem querer dar uma de advogado do Bellucci, acredito que na gira sul-americana, no saibro e já com a temporada em pleno andamento, ele possa obter melhores resultados. Se não der em nada, paciência! Será outra promessa não cumprida, entre tantas que já tivemos no tênis brasileiro.

thedanishboy disse...

Bom, escrevo aqui depois de cerca de um mês de ausência. Na verdade continuei a visitar o blog diariamente, mas o final do semestre foi intenso e acabei não podendo escrever meus comentários habituais.
Sobre o Bellucci, concordo em boa parte c/ o q o Rui disse, mas ainda seria mais cuidadoso. Não acho q seja exatamente da nossa tradição tenística ver os jogadores jogando o seu melhor (refiro-me principalmente à posição no ranking) logo no início da carreira. Penso realmente q a cobrança q se faz em cima de cada novo jogador q aparece algo extremamente negativo. Cobram deles como se tivéssemos a mesma infra-estrutura (desculpem, ainda não sei quais são as novas regras ortográficas sobre o hífen) do futebol, ou se o tennis em geral obedecesse à mesma lógica. O fato é q não possuímos tradição nem organização dentro desse esporte (p/ fazer um paralelo, algo como o futebol brasileiro do início da década de 50, q ainda estava longe de ser profissional e tinha um ou outro resultado impressionante, mas não regular). Nesse sentido, acho prejudicial ficar cobrando o cara, meio dentro daquela lógica "esse é o ano, se não for agora, já era". Os processos de amadurecimento de cada atleta são mto distintos, e na verdade, mesmo dentre aqueles que estão, em cada época, entre os 10, 20 primeiros, poucos estão realizando algo próximo do seu pleno potencial. Tem cara q estoura c/ 23, 24 anos (Simon). Tem o gênio q atinge um resultado espetacular súbito e, por diversas razões, desaparece logo em seguida (Baghdatis). Tem outros q jogam o melhor tennis no final da carreira, quando se aproximam dos 30 anos (Meligeni, Novak, Hrbaty, Agassi, é claro). Então simplesmente acho precipitado ficar cobrando do jogador a cada jogo, a cada rodada, a cada torneio. Me faz lembrar, mais uma vez, a relação das torcidas com os seus times de futebol (fortemente influenciada pela lógica marqueteira da imprensa): aqui em SP, se o São Paulo ganha 3 jogos seguidos (não importando contra quem), já o consideram o melhor time do Brasil (e o engraçado é q poucos conseguem escalar o time); se ele próprio, ou o Corinthians perdem um jogo, a manchete do Lance, do Gazeta Esportiva, do Mesa Redonda, do Globo Esporte ou do Arena Sportv indefectivelmente será: "Timão em crise?", ou ainda "Técnico X em degola?". Definitivamente, é um jeito meio fanfarrão de se encarar as coisas, seja o tennis, o futebol ou mesmo a política. É preciso ter uma visão de longo prazo p/ q se possa compreender de maneira minuciosa aquilo q é regra e confirma a exceção e a exceção q confirma a própria regra.
Abs,

Sérgio.

marcoferrao disse...

Achei normal a derrota do Bellucci em Brisbane, fiquei triste porque estava torcendo.

Eu o vi jogar em Florianópolis e alguns lances em RG e USO, tenho certeza de que pelo menos um ATP ele consegue, mas sinceramente, acho que vai até mais longe, com boas participações e até mais torneios como campeão.

Agora, esperar que o cara ganhe direto, e em condições adversas é esperar demais.

Tenho a sensação de que no AO ele vai relativamente bem, 3 rodada e perdendo pra um semi finalista ou campeão. (Tipo os 4 top)

Volnandes Pereira disse...

Amém, Marco

thedanishboy disse...

Volnandes,
Hoje tive a oportunidade de passar o dia no Pq Villa Lobos (duas horas de ônibus de onde moro, q ainda é SP!). Branco do jeito q sou e sem protetor solar, peguei insolação. Mas tirei umas fotos e vídeos (fiz várias gravações em slow motion dos golpes de cada jogador), vou fazer o upload e, caso for do seu interesse, te mando p/ vc postar por aqui.
Abs

Unknown disse...

porra cara, atualiza esse blog com mais frequencia... eu tava gostando, entrando todo dia, mas e raro achar coisa nova por aqui...

Anônimo disse...

Sobre o Bellucci, acho que também ele consegue um ATP esse ano no saibro.

Sobre o Aberto de SP queria dar um destque especial sobre o jogo do Feijão contra o Franco Ferreiro...

Estava no meu trabalho (o qual ia ser liberado meio dia da sexta feira) e já estava preparando as coisas para ir ao VL (que fica a 15 minutos do meu serviço) quando começei a assitir pela a Sportv 2 o referido jogo.

Confesso que a atitude do Franco, na minha opinião foi extremamente desrespeitosa com aqueles que organizam o evento, e com aqueles que estão assitindo (seja em casa na TV a cabo, seja as testemunhas que foram em pleno o calor africano de SP assitir).

Depois do 3 game do 2º Set ele simplesmente não ofereceu resistência ao Feijão, e chegava até dar risadas mesmo perdendo o jogo (como se isso fosse minimizar a derrota); resultado: Depreciou o evento para quem estava asstindo o evento naquela hora, desisti de ir (até porque não poderia correr o risco de assitir algo do gênero novamente) E fiquei no conforto do sofá assistindo Safin na Sportv e Roddick, Menfils, Murray,e Federer na Espn.