domingo, 11 de janeiro de 2009

Aberto de São Paulo

Depois de uma semana onde pouco acompanhei o que acontecia no circuito mundial, tirei o final de semana para ver as semifinais e final do Aberto de São Paulo.

No sábado, vi João Olavo Souza, o Feijão, mostrar que tem jogo mas ainda é facilmente enrolado por jogadores mais experientes. Depois de jogar um set e meio muito bem (liderava por 7/6; 4/4), se viu numa situação difícil (0/40), se livrou com bons saques e cometeu o erro mais comum de jogadores novatos. Relaxou. Não tenho as estatísticas, mas com certeza os melhores jogadores dificilmente perdem games depois de sair do buraco. Já os outros devem ceder a quebra em mais de 50% dessas oportunidades.

Do outro lado da rede estava o chileno Paul Capdeville, um dos jogadores mais enjoados entre aqueles que jogam os torneios challenger. Apesar dos 25 anos tem bastante experiência em catimbar as partidas. Em Rabat no ano passado, enfrentou nas quartas-de-final Thomaz Bellucci e abandonou quando perdia por 7/5; 5/1 (30/0). No Us Open protagonizou uma batalha na primeira rodada contra Thiago Alves, que o bateu por 3 sets a 2.

O chileno enfrentou na final o campineiro Ricardo Mello, que nas semi passou em sets diretos pelo argentino Horacio Zeballos. o brasileiro começou o ano apresentando uma nova forma de sacar, ao estilo Fernando Gonzalez, onde inicia o movimento com a raquete no alto e sendo mais agressivo no forehand.

Entrevistado, Mello afirmou que com a nova técnica está tendo mais facilidade em fazer o contato mais alto com a bola. Isso é fundamental, ainda mais para um jogador de apenas 1,75m. Em relação ao seu jogo, é visivel que o aumento do percentual de primeiro saque em quadra tem sido um fator importante, pois o volume de pontos ganhos "sem jogar" aumentou consideravelmente.

Seu forehand está realmente mais agressivo, principalmente na quadra rápida, que aliás é sua favorita. Já o backhand continua deficiente, com a mão direita sendo responsável pela direção da bola, o que muitas vezes resulta em um golpe bastante atrasado. Mas como as pernas estão em dia, a movimentação acaba ajudando nesse fator.

Na final Mello começou atropelando Capdeville, abrindo facilmente 3/0, com duas quebras. Mesmo entrando no jogo o chileno não conseguiu concretizar seus break-points e Mello levou o set em 6/2. Na segunda parcial Capdeville começou a usar seu expediente favorito, que é usar a torcida contra para se motivar. Teve efeito contrário, visto que a quebra conseguida pelo brasileiro foi em uma dupla-falta do adversário.

Resultado final: Mello 6/2; 6/4. Campeão em São Paulo sem perder sequer um set. Um belo início de temporada para um jogador dado por muitos como acabado.

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