domingo, 2 de novembro de 2008

Fases do aprendizado

Em um post anterior, nosso amigo Sérgio comentou sobre os vícios de alguns jogadores, de final de semana ou não. Isso me deu uma idéia de escrever sobre a idade ideal para se começar a jogar tênis.

A maioria dos jogadores tops, teve o primeiro contato com o tênis entre os 4 e 5 anos, mas daí a dizer que começaram a “jogar” com essa idade é pura ilusão.

Sempre que sou procurado por pais querendo que os filhos joguem tênis, essa pergunta vem a tona. Qual seria a idade ideal. Não existe idade ideal. Já tive alunos com 2 anos de idade.

Porém, temos que ter a consciência de que com essa idade, não ensinamos o tênis como desporto. Nosso objetivo é puramente de auxiliar no desenvolvimento motor da criança. Não se pode imaginar um indivíduo dessa idade jogando como os adultos. Os exercícios são todos voltados para o conhecimento do próprio corpo, da relação do olho com o a bola e do contato com um implemento, que no caso é a raquete.

Numa fase seguinte, por volta dos 4, 5 anos, o objetivo muda um pouco. Ainda se trabalha basicamente coordenação motora, mas já se usa muito mais raquete e bolinha simultaneamente. Inicia-se assim o mini-tênis.

E aqueles que só vão começar depois disso? Bem, até os 9, 10 anos, o objetivo ainda é totalmente lúdico, mas passamos a moldar o movimento biomecanicamente correto.

Depois disso, com certeza todo praticante trará algum vício. Transferências de outros esportes sempre estarão presentes. Atualmente estou com um aluno que parece estar jogando tênis de mesa dentro da quadra. Cotovelo flexionado, postura cifótica...

Dá para corrigir? Sim, é possível, mas sempre ficará algo que a pessoa no momento da “guerra" vai acabar fazendo.

Em um próximo post falo sobre os vícios mais comuns e alguns bons exercícios para corrigir. Se eu demorar muito para falar sobre isso me cobrem!

Um comentário:

thedanishboy disse...

Este tema me interessa mto. Mal posso esperar pelos próximos posts relacionados a ele. É bizarro como diante do espelho eu faço os movimentos todos corretos, e ainda consigo explicar corretamente os movimentos para os amigos q querem aprender o esporte, mas qdo me vejo jogando acho q tá td errado. Pernas tortas (pés virados p/ dentro), caída p/ os lados ou p/ trás, excesso de uso do braço, incapacidade de transferência do peso dos quadris, da perna, do tronco e do ombro, swing robotizado, falta dos passos de ajuste, entre tantas outras coisas. Talvez até algumas delas vc ainda não tenha enfrentado c/ os seus alunos, Volnandes ... hehe. Mas é engraçado q, para vários, a eficiência fala mais alto (me refiro à velocidade da bola q conseguia imprimir, apesar de tds as deficiências técnicas).

Mas é preciso admitir: tennis é realmente um esporte difícil (não p/ se colocar a bolinha do outro lado - o q é o feito q a maioria dos praticantes espera realizar [neste vídeo clássico do Tim Galloway, autor do "The Inner Game of Tennis" - uma bíblia p/ quem ama o esporte -, http://webcast.berkeley.edu,/stream.php?type=real&webcastid=21488 (comece a vê-lo a partir de 9:00), uma senhora relativamente fora de forma e q nunca jogou tennis aprende os fundamentos básicos em 20 minutos], mas sim p/ ter um movimento fluido, suave (talvez "natural" não seja o termo mais correto, visto q considero q existem maneiras distintas de se praticar c/ vistosidade o esporte)). Veja q nem msm na ginástica olímpica, outro esporte dificílimo, é possível identificar c/ clareza atletas profissionais de alto nível q realizem as rotinas de maneira robotizada (talvez isso só apareça nas partes coreográficas, e não nos saltos e movimentos de força - e isso é fruto, na minha opinião da busca por movimentos megalomaníacos q as regras de pontuação passaram a privilegiar em detrimento da graciosidade dos atletas). No tennis profissional (pelo menos na minha modesta opinião), temos diversos exemplos recentes, especialmente no saque, o movimento mais complicado. Me irritava profundamente ver o Schalken sacando ... Se por um lado talvez seja um pouco desanimador saber q é preciso um trabalho mto duro p/ q se tenha os movimentos mais soltos, por outro acho q, no final das contas, o purismo exacerbado deve ser evitado. EM última instância, o jogo de cada um é como a sua impressão digital. Cada um tem a sua, e não dá p/ ficar imitando um ou outro. Acho q a preocupação c/ os movimentos "corretos" deve estar centrada mais na pretensão de se evitar contusões do q no preciosismo impossível de se bater uma direita igual a do Federer, uma esquerda igual a do Guga ou do Kafelnikov e um saque igual ao do Sampras/Roddick (objetivo último de mtos jovens fanáticos pelo tennis q vejo por aí) ...
Abs,

Sérgio.