domingo, 14 de dezembro de 2008

Luiz "Nico" Mattar

Para a garotada de 20 e poucos anos, o tênis brasileiro começou com as conquistas de Gustavo Kuerten. Para quem, como eu, tem na casa dos 30 anos, as conquistas ao vivo vinham com Luiz Mattar, o Nico. Obviamente o paulista não chegou nem perto de Guga em termos de glórias, mas foi na época o jogador que mais chegou perto das glórias de Thomaz Koch.

Mattar chegou a ser o 29º do mundo e conquistou sete títulos de nível ATP, sendo quatro em quadras duras, dois no carpete e apenas um no saibro. Foi tri-campeão no Guarujá, dois no Rio de Janeiro, um em São Paulo e outro em Coral Springs.

Para alcançar o top 30 Nico venceu uma batalha em uma arena construída na praia de Copacabana, ao vencer na final o argentino Martin Jaite, por 6/4, 5/7 e 6/4. Outra partida famosa de Mattar foi a final em Itaparica em 1987, onde foi derrotado pelo então cabeludo Andre Agassi, por 7/6, 6/2. Esse foi o primeiro título do adolescente americano.

Já na Copa Davis, Mattar fez dois jogos marcantes. Um contra Boris Becker, em 31/1/1992, numa arena montada no Barra Shopping. Sob um calor de 40 graus, Mattar teve várias chances de vencer, mas acabou derrotado por 6/4, 5/7, 1/6, 7/6(2) e 6/0.

A outra foi uma vitória heróica contra o equatoriano Andres Gomez, em confronto realizado no Clube Harmonia, em São Paulo, no dia 4 de outubro de 1987. O Brasil precisava vencer para voltar a elite da Davis. Na época Gomez era o décimo do mundo e três anos depois venceu Roland Garros.

O clima do jogo era de final de Copa do Mundo e começou com muitas emoções. Com Mattar sacando, Gomez desperdiçou quatro break-points e o game durou 19 minutos. Foi uma longa batalha, principalmente no quarto set, quando Nico perdeu por 10/8 e o Brasil parecia ver o sonho do grupo mundial mais distante. Mas com muita raça o brasileiro virou e venceu por 6/3; 1/6; 8/10; 6/2 e 6/1.

Para mim, a recordação desse jogo são os gritos de Luciano do Valle e a torcida invadindo a quadra. Se Ivan Lendl (tem um post sobre ele aqui) era meu ídolo maior, Nico era o brasileiro que eu esperava subir cada vez mais no ranking.

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