segunda-feira, 15 de setembro de 2008

US Open

O quarto Grand Slam da temporada teve pelo quinto ano consecutivo o mesmo vencedor. Com isso a disputa foi enfadonha? Muito pelo contário.

Roger Federer chegou a NY bastante contestado pela sua campanha na temporada. Afinal o antigo número 1 do mundo havia até então alcançado “apenas” duas finais de Grand Slam e uma semifinal, o que para alguns seria um enorme feito, mas para alguns críticos do suíço era uma campanha decepcionante.

Já Rafael Nadal tinha a responsabilidade de jogar seu primeiro Grand Slam como cabeça de chave número 1. Sabidamente, Nadal costuma chegar no final da temporada com seu físico abaixo do nível apresentado no meio do ano, mas em 2008 isso vinha sendo diferente, com o espanhol chegando com a medalha de ouro dos jogos olímpicos no peito.

Aliás, as Olimpíadas pareceram ter fator determinante nesse US Open. Federer, que foi eliminado em Beijing pelo americano James Blake nas quartas-de-final, acabou vencendo o torneio de duplas ao lado de Stanislas Wawrinka, o que parece ter lhe devolvido a alegria de jogar. Isso ficou bem evidente na primeira rodada, contra o argentino Maximo Gonzalez.

O Brasil esse ano conseguiu o feito de colocar três jogadores na chave principal. Marcos Daniel e Thomas Bellucci entraram pelo ranking e Thiago Alves furou o quali. Daniel, que não vem jogando um bom tênis, principalmente em quadras duras, deu azar no sorteio e foi rapidamente eliminado pelo argentino David Nalbandian.

Bellucci deu sorte e enfrentou o espanhol Oscar Hernandez. A vitória veio em quatro sets e foi a primeira do brasileiro em quadras duras nos torneios maiores. O paulista na segunda rodada enfrentou a grande sensação do momento, o argentino Juan Martin Del Potro, que vinha de três títulos de ATP consecutivos. A derrota foi em quatro sets, porém foi uma bela exibição, que deixou boa impressão e alguma esperança para o futuro do tênis brasileiro.

Thiago Alves venceu na primeira rodada o chileno Paul Capdevile, em uma batalha de cinco sets. A partida, de nível challenger, terminou com os jogadores exaustos e com câimbras. Como prêmio pela vitória, a chance de enfrentar na segunda rodada o suíço Roger Federer em pelo Arthur Ashe Stadium.

Após a estréia avassaladora de Federer, todos esperavam mais um massacre contra Thiago Alves. O que se viu no entanto foi um brasileiro guerreiro e um suíço levando o jogo sem muito esforço. A vitória em três sets apertados deixou uma dúvida sobre quão longe Federer poderia chegar e um orgulho e esperança de chegar ao top 100 para o brasileiro.

Na rodada seguinte Federer teve sua grande atuação, ao atropelar Radek Stepanek em sets diretos. Nem mesmo a partida de cinco sets contra Igor Andreev, deixava mais dúvida de que o suíço chegaria forte na briga pelo título.

No outro lado da chave Nadal perdeu alguns sets, mostrou que seu físico vinha sofrendo, mas as vitórias foram aparecendo. O jogo mais agressivo apresentado desde Wimbledon foi embora a e velha tática dos balões com muito top-spin voltou, mas o resultado continuou aparecendo.

Os outros semifinalistas foram Novak Djokovic, que conseguiu toda a antipatia da torcida americana após bater Andy Roddick e Andy Murray, que foi o tenista que mais evoluiu esse ano, vencendo Federer e Djokovic no último Master Series. Faltava bater Nadal. A vitória veio em um jogo de dois dias, em quatro sets.

Enquanto Federer bateu Djokovic no sábado, com uma grande atuação, Murray e Nadal começaram a jogar no sábado, porém uma tempestade fez com que o jogo tivesse que ser transferido para domingo, deixando a final para segunda-feira.

Na final, um show de Roger Federer, vencendo em sets diretos e mostrando que não está morto. Nadal deve terminar o ano como número um, mas o tênis em 2009 promete e muito.

Nenhum comentário: