domingo, 28 de setembro de 2008

Backhand com uma ou duas mãos?

Voltando a série de artigos sobre iniciação, vou falar hoje do backhand, que vem a ser o golpe de esquerda do jogador destro e de direita para o canhoto. Ele tem esse nome, que em uma tradução livre significa "costas da mão", pois é executado exatamente com as costas da mão voltada para a rede.

O backhand é (praticamente) o único golpe no tênis de alto rendimento que pode ser executado de duas formas totalmente distintas mas com eficácia semelhante. Hoje vou falar das vantagens e desvantagens de bater com uma ou duas mãos na raquete.

A forma clássica de golpear o backhand é com uma das mãos na raquete. Atualmente a empunhadura utilizada é a Eastern de esquerda, o que diminiu muito o risco de se adquirir uma epicondilite lateral (tennis elbow ou cotovelo de tenista). As vantagens desse tipo de movimento são: Maior alcance (com uma mão chega-se mais longe para alcançar bolas mais longas), necessidade menor de desolcamento (Por fazer o contato mais longe do corpo, precisa-se correr menos para chegar nas bolas), contato com a bola mais a frente (auxilia no ataque) e facilidade de volear (por já estar acostumado a bater com apenas uma das mãos, o aprendizado do voleio é mais simples).

Para os iniciantes e crianças, sempre aconselhamos começar a treinar batendo o backhand com as duas mãos. Para as crianças é primordial, pois muitas vezes a raquete é pesada demais para o contato com duas mãos. As vantagens do backhand com duas mãos são: Firmeza para a batida na bola (a mão não dominante ajuda a controlar a bola), maior facilidade em angular as bolas (Uso do punho da mão dominante para direcionar a bola) e principalmente a prevenção de lesões, pois é praticamente impossível adquirir o "tennis elbow" batendo dessa forma.

E qual é a melhor forma de se golpear o backhand?

Não existe melhor forma, e sim a forma que você mais se adequa. Hoje, dos meus 69 alunos, 33 batem com uma das mãos e 36 com as duas. O atual primeiro do mundo, Rafael Nadal bate com as duas, enquanto Roger Federer utiliza somente uma. O seu professor, muito provavelmente, utiliza apenas uma das mãos, mas isso tem uma explicação mais simples do que parece. Como ficamos com bolas nas mãos para agilizar os lançamentos, temos que bater com uma das mãos para dar mais ritmo à aula.

Bons treinos!

4 comentários:

thedanishboy disse...

Oi, Volnandes, como vai? Descobri seu blog há pouco, tenho achado seus posts muito interessantes. Gostaria bastante de ver um comentário seu sobre a técnica do saque. Embora treine bastante esse fundamento, eu tenho muitas dúvidas. Bom, se vc puder respondê-las, agradeceria muito (tenho um vídeo com alguns minutos de saques para ilustrar).
Um abraço,

Sérgio.

Vol disse...

Sérgio, se quiser mandar o vídeo mande o link que publicamos aqui.

Pode deixar que em breve falarei sobre saque!

thedanishboy disse...

Oi, Volnandes, td bem? Mto obrigado pela abertura do espaço.

Meu vídeo é este aqui: http://www.youtube.com/watch?v=j-ZhmOqTklc.

Bom, eu tenho várias questões sobre o saque, quem sabe alguma delas lhes sejam, de alguma forma, úteis p/ a elaboração do seu eventual texto sobre o tema.
1. Primeiro, eu tenho dúvida a respeito da posição das pernas (em especial aquela q fica na frente - no meu caso, a direita, já q sou canhoto) no momento do contato da raquete com a bola. Analisando os vídeos frame por frame, vejo q os profissionais ficam c/ ambas as pernas bem estendidas; em geral estão dando um salto potente em direção à bola (já que no momento da preparação do saque flexionaram bem os joelhos). Alguns, na terminação do movimento, dão aquele "coice" com a perna de trás. Percebo no meu saque que a minha perna da frente se mantém ligeiramente flexionada mesmo no momento do contato da raquete com a bola (ela costuma se estender completamente somente pouco depois). A perna de trás, de fato, dá o "coice" q mencionei. Sinto, contudo, q não "invado" tanto a quadra como alguns tenistas, isto é, o meu salto talvez não seja tão potente (ou então é tudo perfeccionismo meu, mas acho q seja uma questão relevante). Gostaria de saber se estou fazendo um movimento incorreto (já q, talvez, não estaria fazendo toda a transferência de peso das pernas para os braços) e, em caso positivo, o q poderia ser feito? 2. Outra questão é a tão comentada pronação. Eu já ouvi diversas denominações p/ essa técnica. Me parece q costumam denominar nos EUA o movimento de "check your watch" (veja as horas), ou "snap" ("quebra de pulso"). Contudo, levados ao pé da letra, me parece q sejam coisas diferentes. "Ver as horas" me parece implicar em virar o pulso p/ "dentro", como a gente faz qdo olha o relógio de pulso. Fazer a quebra de pulso, por outro lado, parece implicar em virar o pulso p/ fora, uma flexão do pulso para o lado contrário do q havia descrito anteriormente. Eu tenho a impressão de q o "check your watch" é feito pelo Sampras: a face da raquete dele termina totalmente transversal à rede. Me parece quase impossível executar esse movimento, se é q o visualizei corretamente; dá impressão q, nesse movimento, a raquete fica virada de tal maneira p/ "fora" no momento do contato q acaba sendo criado um "side-spin", como se fosse um efeito kick de um destro. Minha "quebra de pulso" é a segunda; no segundo saque por vezes é possível criar efeitos impressionantes c/ essa pronação (dá p/ fazer ela quicar mais de dois metros em algumas situações), mas em mtas ocasiões a bola fica na rede, então o segundo serviço acaba ficando mto instável. Será q o problema é do toss ou de uma pronação incorreta?
3. Finalmente, seria importante compreender a importância da velocidade do braço. Na sequência de saques que gravei, é possível observar saques rápidos; o diferencial do mais rápido deles, no entanto, me parece estar totalmente na velocidade do braço. Queria saber o q poderia ser feito p/ tornar o braço mais rápido e para tornar o saque mais potente. Agora q voltei a jogar (eu treinei dos 13 aos 18, parei durante a faculdade e estou começando novamente, agora q acabei de fazer 23), sinto meus golpes - especialmente o saque - mto mais potentes. Ao msm tempo, me parece q o peso acaba recaindo excessivamente no meu ombro; volta e meia sinto dores na articulação do manguito rotador (se é q o identifiquei bem). Passei a fazer fisioterapia e agora praticamente não sinto mais dores (1 mês depois de começar a sacar de novo). Fico pensando se as dores seriam resultado da notável perda de musculatura q sofri desde q parei de jogar (perdi uns 8 cm de bíceps, p.ex.) ou se, de fato, estava colocando mto peso nos ombros (uma técnica incorreta). Sinto q as minhas costas fazem um movimento um pouco diferente dos profissionais; não sei explicar ao certo, mas elas não parecem esticadas ao suficiente - tenho a sensação, qdo vejo o vídeo, de q fico um pouco corcunda (mas não sinto isso qdo saco). Parece q caio um pouco demais para o lado, mas já li q isso é quase impossível de ser corrigido. Será q o problema está no toss?

Puxa, me desculpe, realmente me empolguei no texto. Me parece q essas dúvidas não são só minhas (pois vejo questões similares a essas em vários fóruns de discussão), então quem sabe essas provocações possam ser inspiradoras para o seu texto no futuro. Seria extremamente útil e relevante p/ mim se vc pudesse analisar meu vídeo e me auxiliar a melhorar.

Um abraço e fico no aguardo.

thedanishboy disse...

Puxa, esqueci de colocar só mais uma coisa no terceiro item sobre a velocidade do braço: por acaso a musculação, ao mesmo tempo em que fortalece a região que mais trabalha diretamente no movimento do saque, também pode acabar reduzindo a velocidade do braço (dado o aumento da massa e a ampliação da rigidez das articulações)? [Escrevo isso pensando principalmente no Nadal, e realmente tendo como foco um saque mais rápido e consistente. Esqueci de dizer: sou um tanto pequeno - 1,77 m c/ boa vontade, já q tenho péssima postura]
Abs e obrigado novamente.