quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Copa Davis

Esse final de semana é final de semana de Copa Davis. Um (raro) momento onde os tenistas param de pensar no ranking (em dinheiro continuam pensando, visto que são muito bem pagos para defender seu país) e se unem para em equipe defender as cores da sua nação.
Em setembro serão jogadas às semifinais, ao mesmo tempo em que se definem quem participará do Grupo Mundial em 2009.
As semifinais serão entre Espanha e Estados Unidos, no saibro espanhol e Argentina e Rússia, também na terra batida, fazem o confronto mais equilibrado, dessa vez na casa dos portenhos.
Escolher o piso da disputa é uma, além da torcida, grande vantagem de quem joga em casa. Os argentinos, que contarão com David Nalbandian e Juan Martin Del Potro em suas partidas de simples, inexplicavelmente escolheram o saibro. Nalbandian conquistou em 2007 dois títulos de Master Series, ambos no carpete, enquanto Del Potro vem de duas conquistas nos últimos três torneios na quadra dura.
A Rússia vem com Igor Andreev e Nikolay Davidenko para as partidas de simples. O primeiro adora o saibro, enquanto o segundo é um tenista que se adapta a qualquer tipo de piso. A escolha óbvia para os “hermanos” seria uma quadra rápida, mas a tradição na terra batida pode ter sido fundamental na escolha. Deveriam ter se inspirado no Brasil, que em 96 ao receber a Áustria montou uma quadra rapidíssima e irritou o “afável” Thomas Muster.
Na outra semifinal a Espanha de Rafael Nadal deve atropelar os Estados Unidos, ou alguém, em sã consciência, acha que Sam Querrey vai arrancar três sets de Nadal, ainda mais no saibro. Andy Roddick também não é especialista no piso e a dupla dos irmãos Bryan estará representada apenas pela sua metade menos talentosa, visto que Bob Bryan não jogará, alegando contusão.
Será que passando da Rússia e tendo direito de novamente jogar em casa os argentinos vão escolher o saibro e dar o título de mão beijada para Nadal e Cia? Não duvido mais de nada.
Enquanto nossos rivais históricos lutam por uma vaga na final, o Brasil tem a (quase) impossível missão de voltar ao Grupo Mundial. Nossos tenistas enfrentam fora de casa os croatas, que escolheram o carpete como piso do encontro. Se em casa nossas chances já seriam reduzidas, fora complicou mais ainda.
Os croatas não vão contar com Marin Cilic, mas terão Ivo Karlovic e Mario Ancic para as partidas de simples. Cilic foi uma das maiores revelações da temporada, portanto sua ausência pode ajudar o Brasil enquanto Karlovic é a famosa máquina de fazer aces e acertar voleios fáceis e Mario Ancic é um excelente jogador, envolto em inúmeras doenças e lesões.
Pelo lado brasileiro a equipe será composta por Thomas Bellucci, que merecerá um post só sobre ele em breve, Thiago Alves e a dupla mineira Marcelo Melo e André Sá. Bellucci é jogadpr criado no saibro e que está tentando se adaptar ao piso rápido (pronto, entreguei o tema do post sobre ele).
Thiago prefere a quadra rápida, fez boas exibições no US Open e, apesar do ranking atual não ser o melhor da carreira, vem jogando seu melhor tênis. Para vencer uma partida, no entanto, precisará muito de seus tradicionais gritos.
Já para a dupla, o piso ajuda. Os melhores resultados dos brasileiros sempre foram em quadra rápida. O que atrapalha é a incrível inconstância deles. Sinceramente eu preferia que eles enfrentassem os irmãos Bryan do que uma dupla reunida só para a Davis.
Palpites? Tomara que o Brasil chegue vivo no domingo. Sem Marin Clilc acredito na vitória da dupla (Ancic não deve jogar três jogos de cinco sets em três dias). Acredito que será 3x1 para os croatas, mas torço que a série seja mais equilibrada. Sim, não conto com os pontos conquistados após a definição do confronto, visto que geralmente já virou fim de festa e os croatas devem poupar os titulares. Nas outras disputas cravo em 3x0 a favor da Espanha e 3x2 a favor da Rússia.

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