terça-feira, 30 de setembro de 2008

Comentários

Terça é um dia bem complicado para escrever aqui.

Dou a primeira aula às 7 da manhã e só saio às 10 da noite.

Ou seja, dificilmente estarei por aqui nas terças-feiras.

Mas já li todos os comentários e estarei fazendo os test-drives solicitados. Inclusive o da [K]Factor six-one Tour já está escrito, basta eu achar por aqui.

No mais, obrigado pelos comentários e pelo crescente número de visita.

Vamos fazer essa aqui a casa dos tenistas.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

[Test Drive] Wilson nCode 6.1 333g 18x20

Vou inaugurar essa série com a raquete q eu uso a uns 3 anos e meio.

Sempre fui fã da série Pro-Staff 6.1.

Em 2005 resolvi mudar de raquete e essa foi a escolha natural.

É uma raquete pra jogadores avançados, com peso muito no cabo. Uma raquete q dá muito controle as bolas, sendo difícil de gerar aceleração caso não se tenha um golpe bastante completo.

Para o meu estilo de jogo (chapado), se adaptou muito bem, mas é extremamente complicado gerar topspin com ela, principalmente nesse modelo 18x20. Já o slice é bem simples de ser executado.

Na rede sinto q falta algo a ela. Talvez pelo voleio ser meu pior golpe, nunca me senti muito confortável com ela.

Em relação ao saque, nada a reclamar. Muito controle. Como meu movimento é bem completo, não tive muitos problemas com ela. Em relação ao American Twist, tenho fases com ela. Qdo testo uma raquete mais amigável ao efeito, tenho muita dificuldade em colocar top spin no saque com a 6.1. Depois de uma semana esse problema está resolvido.

O sweetspot dela é pequeno, mas quem procura uma raquete desse tipo já está preparado para isso.

Maior ponto positivo - Controle

Maior ponto negativo - Peso (depois de 2 anos e meio estou sentindo essa dificuldade).

Coloquem aí suas experiências com a nCode 6.1...

Ou com a [K]Factor 6.1 95, que é a evolução dela.


PS: Sérgio, vi seu vídeo. Final de semana terei mais tempo e aí faço um post sobre saque.

domingo, 28 de setembro de 2008

Backhand com uma ou duas mãos?

Voltando a série de artigos sobre iniciação, vou falar hoje do backhand, que vem a ser o golpe de esquerda do jogador destro e de direita para o canhoto. Ele tem esse nome, que em uma tradução livre significa "costas da mão", pois é executado exatamente com as costas da mão voltada para a rede.

O backhand é (praticamente) o único golpe no tênis de alto rendimento que pode ser executado de duas formas totalmente distintas mas com eficácia semelhante. Hoje vou falar das vantagens e desvantagens de bater com uma ou duas mãos na raquete.

A forma clássica de golpear o backhand é com uma das mãos na raquete. Atualmente a empunhadura utilizada é a Eastern de esquerda, o que diminiu muito o risco de se adquirir uma epicondilite lateral (tennis elbow ou cotovelo de tenista). As vantagens desse tipo de movimento são: Maior alcance (com uma mão chega-se mais longe para alcançar bolas mais longas), necessidade menor de desolcamento (Por fazer o contato mais longe do corpo, precisa-se correr menos para chegar nas bolas), contato com a bola mais a frente (auxilia no ataque) e facilidade de volear (por já estar acostumado a bater com apenas uma das mãos, o aprendizado do voleio é mais simples).

Para os iniciantes e crianças, sempre aconselhamos começar a treinar batendo o backhand com as duas mãos. Para as crianças é primordial, pois muitas vezes a raquete é pesada demais para o contato com duas mãos. As vantagens do backhand com duas mãos são: Firmeza para a batida na bola (a mão não dominante ajuda a controlar a bola), maior facilidade em angular as bolas (Uso do punho da mão dominante para direcionar a bola) e principalmente a prevenção de lesões, pois é praticamente impossível adquirir o "tennis elbow" batendo dessa forma.

E qual é a melhor forma de se golpear o backhand?

Não existe melhor forma, e sim a forma que você mais se adequa. Hoje, dos meus 69 alunos, 33 batem com uma das mãos e 36 com as duas. O atual primeiro do mundo, Rafael Nadal bate com as duas, enquanto Roger Federer utiliza somente uma. O seu professor, muito provavelmente, utiliza apenas uma das mãos, mas isso tem uma explicação mais simples do que parece. Como ficamos com bolas nas mãos para agilizar os lançamentos, temos que bater com uma das mãos para dar mais ritmo à aula.

Bons treinos!

sábado, 27 de setembro de 2008

Família Hocevar e o "Golden Set"

A sensação brasileira da semana é Ricardo Hocevar, atual 192 do mundo, o melhor ranking da sua carreira. Ricardo é um dos muitos exemplos da familiares que jogam tênis. Os tios de Ricardo, Marcos e Alexandre, foram representantes da família no mundo do tênis.

Alexandre alcançou a posição de número 169 no ranking de simples e 118 nas duplas. Já Marcos foi um tenista mais bem sucedido, chegando a figurar entre os 30 do mundo em 1983. Marcos no entanto é protagonista de algo único na história do tênis profissional.

No torneio de Delray Beach, em 1983, mais exatamente no dia 22 de fevereiro, Marcos Hovevar, então 37 do mundo, ia enfrentar na primeira rodada o americano Bill Scanlon, que chegou a figurar no top-ten no ano seguinte. Com febre, Hocevar perdeu o primeiro set por 6/2.

A segunda parcial entrou para a história pela porta da frente, enquanto o brasileiro infelizmente entrou pela porta dos fundos. Mesmo debilitado Hocevar não desistiu da partida e perdeu todos os 24 pontos do set, fato que entrou para o Guiness Book (o livro dos records) e foi chamado pelo próprio Scalon de "Golden set".

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Footwork

Ter um contador no blog nos dá uma boa dica do que as pessoas querem ler. Mesmo com uma semana no ar e pouco mais de 250 visitas, já podemos ter noção de que as pessoas querem aprender a jogar tênis. Isso me deixa muito satisfeito, pois é assim que se populariza um esporte.

Hoje então, vou falar talvez da parte mais importante do jogo de tênis. O trabalho de pernas, ou footwork.

Uma pergunta que sempre faço para os meus alunos é a seguinte: Tênis é um esporte de recepção ou de projeção? A maioria fica em dúvida, mas os que respondem normalmente falam: de projeção. Afinal, o que vemos na televisão são duas (ou quatro) pessoas batendo na bolinha.

Esse é o grande erro. Tênis é um esporte de recepção. De nada adianta aprender a técnica correta se não existe a bola para ser impulsionada. De nada adianta fazer um swing perfeito se a bola está fora do nosso alcance. A primeira coisa que devemos ter noção é que se não chegarmos em condição de bater na bola, ela não voltará para o outro lado como num passe de mágica.

Nesse parte entre o jogo de pernas. Em alguns momentos é necessário correr como um louco para devolver a bolinha mas, na maior parte das vezes, o que faz a diferença entre um grande devolvedor e aquele cara que sempre perde para a rede, são os passos curtos, também conhecidos como passes de ajuste.
Aprender e ,principalmente, utilizar o split step (pequeno saltito com terminação na ponta dos pés), se adaptar ao tempo de bola (lendo a velocidade, efeito e profundidade) e deixar a preguiça de lado são fatores primordiais para um bom devolvedor.

E tenha certeza. Noventa por cento dos jogos são vencidos por aquele jogador que sempre faz o adversário bater uma bola a mais. Os jogadores que gostam apenas de atacar só vencem os que gostam de defender quando estão inspiradíssimos.

Sinta-se a vontade para perguntar aqui abaixo nos comentários se você tiver alguma dúvida sobre footwork.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Copa Petrobras

Começou nessa semana o maior circuito de challenger's da América do Sul, a Copa Petrobras de tênis. Dividida em cinco etapas (Bogotá, Aracajú, Assunção, Montevidéu e Buenos Aires), o circuito é a melhor oportunidade do ano para os brasileiros conquistarem importantes pontos para subir no ranking mundial.

A Copa Petrobras herdou o espólio da extinta Copa Ericsson, que lançou o jovem Guillermo Coria no circuito e foi um dos únicos torneios que tentou a inovação do set curto (vencia aquele que ganhasse quatro games), o que obviamente não vingou.

Em 2007, Marcos Daniel subiu cerca de 100 posições ao conquistar o título em Bogotá e boas campanhas nas etapas subseqüentes. Já Franco Ferreiro furou o quali em Assunção e logo depois venceu o torneio.

Para esse anos, além de Marcos Daniel e Franco Ferreiro, Thiago Alves, Ricardo Hocevar, João "Feijão" Souza e Ricardo Mello devem tentar a sorte nas etapas.

Os challenger's, se disputados de forma consciente pelos jogadores podem ser uma enorme fonte de pontos e experiência para vôos mais altos nas carreiras. Thomaz Bellucci, por exemplo, no meio de 2008 fez boas campanhas no Marrocos e Europa e partiu para a disputa de ATP's. Marcos Daniel, por sua vez, sabe que sua praia são esses torneios e soma o maior número de pontos da sua temporada nessa época.

A escolha do calendário para jogadores desse nível é fundamental. Vemos alguns brasileiros perderem excelentes chances por escolher mal seu calendário. Thiago Alves, por exemplo, jogou a Copa Davis em piso rápido (sua especialidade), ficou Para a Europa, jogou (e perdeu na primeira rodada) um challenger no saibro e vai voltar para a Copa Petrobras. Não era mais fácil já ter voltado direto?

Daniel Silva está tentando a sorte em challenger's na Itália. Tem até feito campanhas razoáveis, sempre avançando uma ou duas rodadas, o que tem sido importante em termos de experiência, mas talvez fosse melhor estar na América do Sul jogando Bogotá e Aracajú (etapas mais fracas) e depois sim tentar a sorte na Europa.

As vezes o ranking não mostra o real nível do jogador, visto que uma escolha correta do calendário pode valer preciosos pontos e dólares. André Ghem, o rei do Uzbequistão que o diga.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Derrota esperada.

Passados alguns dias do confronto Brasil x Croácia válido pela Copa Davis, onde perdemos a chance de retornar ao Grupo Mundial da competição, podemos fazer uma análise mais racional do final de semana.
Quando o sorteio foi efetuado e o Brasil soube que iria enfrentar os croatas fora de casa, todos tinham total ciência de que uma vitória seria algo quase que impossível. Os europeus obviamente iriam escolher um piso bastante rápido e Marin Cilic, Ivo Karlovic e Mario Ancic são todos jogadores top do circuito, enquanto nosso time vinha lutando nos Challenger’s e pequenos ATP’s.
Tudo isso posto a mesa, podemos sem medo de errar afirmar que o confronto foi uma grata surpresa para o tênis brasileiro. Sem a presença de Marin Cilic, o time croata ficou um pouco menos forte, mas mesmo assim endurecer qualquer jogo de simples já seria bastante difícil.
Thomaz Bellucci, nosso número na semana passada havia jogado apenas uma partida em sua vida no carpete, exatamente na Davis do ano passado contra o austríaco Jurgen Melzer e perdido por triplo 6/4.
Na quadra dura o brasileiro participou de dois Master Series, sendo eliminado em ambos na primeira rodada, sendo que em um deles em sets diretos (e rápidos) por Ivo Karlovic, um ATP (onde também perdeu na primeira rodada) e o US Open, quando conseguiu sua única vitória na carreira até o momento em piso duro (contando os torneios maiores).
Já Thiago Alves, que acertadamente foi escolhido para a vaga de Marcos Daniel, prefere os pisos rápidos mas é um jogador ainda em nível challenger, apesar da clara evolução do seu jogo.
O que se viu no entanto foi um confronto equilibrado, onde prevaleceu a maior experiência dos croatas, que venceram 10 dos 11 tie-breaks disputados. Aliás, dos 13 sets jogados em simples, 9 foram para o desempate, com 8 vitórias croatas.
Nesse momento que o ranking, e conseqüentemente a maior bagagem emocional dos donos da casa, fizeram a diferença.
Para o futuro, no entanto, fica a certeza de que temos um time capaz de nos levar de volta ao Grupo Mundial. Chegando lá, dificilmente seremos capazes de vencer qualquer um dos nossos adversários, mas só de estar de volta à elite já será uma grande vitória. E a expectativa é que esse momento já aconteça em 2010.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Croácia x Brasil

Ancic x Bellucci – Vi pouco desse jogo, apenas parte do segundo set e o tie-brake do terceiro set.

Pelo placar do jogo e pelo que deu pra observar, Thomaz entrou na partida sem intensidade (um problema que ele tem que resolver, essas viagens mentais estão custando importantes sets) e rapidamente perdeu dois saques e conseqüentemente o primeiro set.

A partir daí o que se viu foi um jogo bastante equilibrado. Nos dois sets seguintes Ancic chegou a ter uma quebra de vantagem mas Bellucci conseguiu devolver a tempo de levar a parcial para o desempate (no terceiro set o croata chegou a sacar para o jogo em 5/3).

No tie-brake do terceiro set o brasileiro cedeu um mini-break após um erro não forçado logo no início. Daí em diante Ancic levou o game com seu saque até a vitória. O que foi marcante, no entanto, foi a enorme dificuldade de Thomaz em ler o saque do croata. Foram três erros de devolução de segundo saque, principalmente sobre seu corpo.



Karlovic x Alves – Essa partida já vi quase em sua totalidade, a partir do tie-brake do primeiro set.

Nesse tie-break do primeiro set, Thiago começou muito bem, conseguindo dois mini-breaks e abrindo 4/1. Como estava bem constante no saque, parecia que o brasileiro levaria a parcial. Porém, logo depois cedeu seus dois saques. Num jogo de erros conseguiu mais um ponto no saque do gigante croata mas perdeu dois serviços e o set.

O segundo set também foi muito equilibrado. Alves diversas vezes 0/30 no saque de Karlovic, mas o croata sempre se safou com bons saques. O brasileiro, por sua vez, não deu sequer uma brecha no serviço. No tie-break no entanto, Karlovic jogou bem e venceu com facilidade.

A terceira parcial seguia o mesmo caminho das anteriores, porém, no 5/6, Thiago Alves se desconcentrou no saque e entregou o segundo ponto para os croatas.



Karlovic/Zovko x Melo/Sá

Na única partida onde os brasileiros eram favoritos, não faltou emoção e sofrimento.

No primeiro set a surpresa foi a excelente atuação de Lovro Zovko, duplista croata mais acostumado a torneio challengers do que ATP's. Ele não teve seu saque ameaçado sequer uma vez, enquanto Karlovic cedeu quatro break-points. Um, no décimo game, foi um set-point que os brasileiros não souberam aproveitar, onde Marcelo Melo errou uma bola fácil de backhand. No tie-break André Sá caiu muito sua qualidade de saque e os croatas aproveitaram para fechar a parcial.

O segundo set foi um massacre brasileiro. Zovko parece ter voltado a realidade e rapidamente os mineiro fecharam em 6/2.

A terceira parcial começou da forma que a segunda terminou, com os brasileiros logo conseguindo uma quebra e chegando a 4/2. Sá, no entanto, teve um péssimo game de saque e os croatas voltaram para o jogo. Os brasileiros conseguiram então voltar para o jogo após sacar em 4/5 e com mais uma quebra venceram em 7/5.

O set seguinte foi muito parecido com o primeiro, mas quem teve as melhores chances foram os croatas. No tie-break, após ter um mini-break contra, os donos da casa conseguiram voltar no jogo e venceram por 7/5.

A quinta parcial poderia marcar o final do confronto. E ela seguiu equilibrada até os croatas sacarem em 3/4. Então, André Sá, que vinha tendo dificuldade em confirmar seus saques, mostrou muita categoria nas devoluções e deixou o Brasil com vantagem de uma quebra. No game seguinte Sá manteve o serviço rapidamente e com 6/3 no quinto set manteve viva a pequena chance brasileira de retornar ao Grupo Mundial.



Karlovic x Bellucci

Sete horas da manhã de domingo não deu para acordar. Portanto, cheguei pra ver o jogo somente no meio do segundo set.

Soube pelos amigos da Fúria (http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=16060659) que no primeiro set Bellucci teve uma quebra atrás e conseguiu devolver o break logo depois. No tie-break, pelo que disseram, o brasileiro errou um voleio fácil no 5/5, o que lhe custou a parcial.

Quando cheguei para ver o segundo set o brasileiro já estava uma quebra atrás, ocorrida no primeiro game, fruto da desconcentração causada pela perda da parcial anterior. Contra um exímio sacador como Ivo Karlovic, isso é fatal. Os jogadores mantiveram seus saques daí em diante e o croata abriu 2x0 no jogo.


A terceira série foi muito equilibrada, sem chances de quebras para nenhum dos lados. No tie-break, quando quase todos esperavam vitória do croata, Bellucci surpreendeu e, mesmo fazendo um golpe de vista muito ruim em um ponto, venceu por 8/6, chegando a salvar um match-point.

O gigante Karlovic parecia exausto no quarto set e os brasileiros começaram a acreditar em uma virada. O croata pediu atendimento quando liderava por 2/1 e isso esfriou Bellucci, que chegou a ter 0/40 no saque. Com muita coragem o brasileiro buscou o game e daí em diante todos os serviços foram convirmados com facilidade. No tie-break Thomaz errou (mais) um voleio fácil no 1/1, o que o deixou um mini-break atrás e foi decisivo para a finalização do jogo e do confronto a favor dos donos da casa.


Karanusic x Alves

Para a quinta partida, que já não valia nada, a Croácia escalou o reserva Roko Karanusic para enfrentar o brasileiro Thiago Alves. Mais uma vez fomos vítimas dos tie-breaks, com o croata ganhando por 7/6; 4/6; 7/6.

Como a partida não teve transmissão pela TV, não sabemos o que ocorreu, mas pelo live scores, sabemos que Thiago chegou a sacar em 5/3 no primeiro set e perdeu um set point no 5/4.

Já no set desempate Thiago liderou por 4/2 e sacou em 6/5, onde teve dois match-points antes de ser derrotado.

domingo, 21 de setembro de 2008

Iniciação ao tênis

Quando recebo telefonemas de pessoas procurando aulas de tênis, em quase 50% dos casos, sejam iniciantes ou não, a pergunta mais freqüente é: A aula é individual?
É incrível como o ensino do tênis criou essa cultura da aula individual, o que é péssimo para o desporto. O esporte deve ser visto como uma forma de sociabilização e o que menos acontece com uma aula individual é a interação entre diferentes indivíduos.
Eu, particularmente, não trabalho com aulas individuais por uma série de fatores. A começar por esse aí em cima. O aluno intermediário que disser que terá mais atenção do professor sozinho do que se tiver batendo com outro aluno, não faz a menor idéia do quanto isso está sendo prejudicial ao seu aprendizado.
Ou, alguém que joga tênis consegue se concentrar em ver quem está do outro lado da quadra batendo e ainda por cima coloca a bola aonde quer? Impossível. Para bater bem é necessário ter os olhos na bola o tempo inteiro. Se o professor olha a bola não consegue ver o aluno e vice-versa.
Tenho uma turma, às 9 da manhã, de seis jovens senhoras que começaram praticamente ao mesmo tempo no tênis. Todas partiram do zero. Em uma oportunidade aconteceu de somente uma aparecer para a aula. Vocês não têm noção da frustração dela ao estar sozinha em quadra. A motivação para ela era dividida entre o aprender o tênis e o conviver socialmente.
Isso é o esporte.

sábado, 20 de setembro de 2008

Thomaz Bellucci

Saiu outro dia o calendário do brasileiro Thomaz Bellucci para o fim da temporada. Dos quatro torneios que ele está inscrito, serão três ATP’s (Bangkok, quali de Metz e Estocolmo) e um challenger forte (Mons). Com isso, Thomaz e sua equipe nos dão a coordenada do que esperar para o ano que vem.
Li e ouvi muitas críticas a esse calendário. Muita gente dizendo que ele deveria aproveitar as etapas da Copa Petrobrás na América do Sul para somar pontos e voltar ao seu antigo ranking (68 do mundo).
Thomaz mostrou ter um projeto para estar entre os 30 melhores do mundo (Não estou dizendo que ele tem jogo para isso, apesar achar que tem). Ao escolher se dedicar aos torneios de quadra rápida, ele mostra conhecimento do circuito, que atualmente é baseado nas hards.
O ranking nesse momento não vai importar muito. Ele deve se manter entre os 100 do mundo, o que lhe dá acesso aos principais torneios da Oceania no início da temporada 2009. Ali sim, Thomas deverá brigar para vencer algumas rodadas e decidir se fará a gira sul-americana pelo saibro ou se irá continuar nas hards.
A escolha a meu ver é acertada. Vejo Thomaz com um bom potencial nas quadras duras também. Basta ajustar seu foco, melhorar o jogo de pernas, principalmente nas devoluções, manter a intensidade principalmente quando vence o primeiro set e ter tranqüilidade para passar a bolinha para o outro lado sem preocupação de querer matar logo o ponto.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O Futuro do tênis no Brasil

Outro dia recebemos a notícia que a CBT tinha fechado um contrato de patrocínio com os Correios nos moldes que a CBV tem com o Banco do Brasil e que o tênis seria o novo vôlei, etc e tal. Alto lá. Não é bem assim.

Muitas coisas estão erradas na gestão do tênis nacional. E um mês após a tal parceria esses "pequenos detalhes" continuam muito errados. Onde está sendo feito o investimento? Ah, Thomas Bellucci, Marcos Daniel, Thiago Alves entre outros estão recebendo ajuda para custear passagens para jogar ATP's e Challenger's no exterior. Bem, isso é importante? Sim, apesar de atualmente Bellucci e Daniel terem condições totais de custear suas viagens, até porque possuem patrocinadores próprios para isso.

Atualmente o Brasil é um dos países que mais estão organizando futures. Isso é importante? Sim, também é, principalmente se a CBT ajudar na transição entre os futures e challengers, assim como é fundamental o apoio na transição entre o juvenil e o profissional. Mas isso ainda não é o local onde a alocação de verbas deve ser feita.

Um esporte, seja qual for ele, só se torna popular quando o público em geral se interessa por ele. Vamos lembrar que o tênis é um esporte "difícil" para o público leigo. A contagem de 15, 30 e 40, com toda sua tradição, é de difícil entendimento.

Para que exista essa popularização, o primeiro passo seria baratear o esporte. É inadimissível que um tubo de bolas custe mais de 15 reais. Eu, como professor, pago, aqui no Rio, comprando uma caixa de bolas, 9 reais por tubo. Quando algum aluno ou amigo vai aos Estados Unidos, peço pra trazer o máximo de tubos possíveis. Sabem quanto custa? Menos de 2 dólares. Ou seja, para o público em geral as bolas custam 400% a mais por aqui.

Baratear o custo do tênis passa também pela oferta de locais para prática. Pouco adianta construir quadras públicas. Isso é tratar a consequência e não a causa. Alguém deixa de ver crianças chutando uma bola na rua por falta de campos adequados?

A solução parte da criação de uma cultura tenística, que começa pelas escolas, que é o tal local para a prática do parágrafo acima. A CBT tem um projeto para isso, o que é uma boa notícia. Mas falta nesse caso o mais importante. A formação do profissional que vai tocar esse projeto.

Tenho dois professores trabalhando comigo, ambos se formando em Educação Física. Fiz, a alguns anos, na época de Kirmayr e Daniel Rosenbaum, o curso de capacitação da CBT e, surpresa, não era obrigatório ser profissional de Educação Física para tal. Tudo bem que a lei está sendo adaptada aos poucos, mas é fundamental o investimento da CBT junto às universidades para criar profissionais qualificados, que, sinceramente, são pouquíssimos no atual cenário. Como professor ouço histórias do arco da velha de outros "profissionais".

Isso dá muito pano para discussão, mas, eu, com essa verba nas mãos, ia de faculdade em faculdade selecionando profissionais para trabalhar com tênis e convocava os que estão no mercado para tocar esses projetos. Convocava. E não, como é feito hoje em dia, cobrava taxas absurdas para seus cursos.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Copa Davis

Esse final de semana é final de semana de Copa Davis. Um (raro) momento onde os tenistas param de pensar no ranking (em dinheiro continuam pensando, visto que são muito bem pagos para defender seu país) e se unem para em equipe defender as cores da sua nação.
Em setembro serão jogadas às semifinais, ao mesmo tempo em que se definem quem participará do Grupo Mundial em 2009.
As semifinais serão entre Espanha e Estados Unidos, no saibro espanhol e Argentina e Rússia, também na terra batida, fazem o confronto mais equilibrado, dessa vez na casa dos portenhos.
Escolher o piso da disputa é uma, além da torcida, grande vantagem de quem joga em casa. Os argentinos, que contarão com David Nalbandian e Juan Martin Del Potro em suas partidas de simples, inexplicavelmente escolheram o saibro. Nalbandian conquistou em 2007 dois títulos de Master Series, ambos no carpete, enquanto Del Potro vem de duas conquistas nos últimos três torneios na quadra dura.
A Rússia vem com Igor Andreev e Nikolay Davidenko para as partidas de simples. O primeiro adora o saibro, enquanto o segundo é um tenista que se adapta a qualquer tipo de piso. A escolha óbvia para os “hermanos” seria uma quadra rápida, mas a tradição na terra batida pode ter sido fundamental na escolha. Deveriam ter se inspirado no Brasil, que em 96 ao receber a Áustria montou uma quadra rapidíssima e irritou o “afável” Thomas Muster.
Na outra semifinal a Espanha de Rafael Nadal deve atropelar os Estados Unidos, ou alguém, em sã consciência, acha que Sam Querrey vai arrancar três sets de Nadal, ainda mais no saibro. Andy Roddick também não é especialista no piso e a dupla dos irmãos Bryan estará representada apenas pela sua metade menos talentosa, visto que Bob Bryan não jogará, alegando contusão.
Será que passando da Rússia e tendo direito de novamente jogar em casa os argentinos vão escolher o saibro e dar o título de mão beijada para Nadal e Cia? Não duvido mais de nada.
Enquanto nossos rivais históricos lutam por uma vaga na final, o Brasil tem a (quase) impossível missão de voltar ao Grupo Mundial. Nossos tenistas enfrentam fora de casa os croatas, que escolheram o carpete como piso do encontro. Se em casa nossas chances já seriam reduzidas, fora complicou mais ainda.
Os croatas não vão contar com Marin Cilic, mas terão Ivo Karlovic e Mario Ancic para as partidas de simples. Cilic foi uma das maiores revelações da temporada, portanto sua ausência pode ajudar o Brasil enquanto Karlovic é a famosa máquina de fazer aces e acertar voleios fáceis e Mario Ancic é um excelente jogador, envolto em inúmeras doenças e lesões.
Pelo lado brasileiro a equipe será composta por Thomas Bellucci, que merecerá um post só sobre ele em breve, Thiago Alves e a dupla mineira Marcelo Melo e André Sá. Bellucci é jogadpr criado no saibro e que está tentando se adaptar ao piso rápido (pronto, entreguei o tema do post sobre ele).
Thiago prefere a quadra rápida, fez boas exibições no US Open e, apesar do ranking atual não ser o melhor da carreira, vem jogando seu melhor tênis. Para vencer uma partida, no entanto, precisará muito de seus tradicionais gritos.
Já para a dupla, o piso ajuda. Os melhores resultados dos brasileiros sempre foram em quadra rápida. O que atrapalha é a incrível inconstância deles. Sinceramente eu preferia que eles enfrentassem os irmãos Bryan do que uma dupla reunida só para a Davis.
Palpites? Tomara que o Brasil chegue vivo no domingo. Sem Marin Clilc acredito na vitória da dupla (Ancic não deve jogar três jogos de cinco sets em três dias). Acredito que será 3x1 para os croatas, mas torço que a série seja mais equilibrada. Sim, não conto com os pontos conquistados após a definição do confronto, visto que geralmente já virou fim de festa e os croatas devem poupar os titulares. Nas outras disputas cravo em 3x0 a favor da Espanha e 3x2 a favor da Rússia.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

US Open

O quarto Grand Slam da temporada teve pelo quinto ano consecutivo o mesmo vencedor. Com isso a disputa foi enfadonha? Muito pelo contário.

Roger Federer chegou a NY bastante contestado pela sua campanha na temporada. Afinal o antigo número 1 do mundo havia até então alcançado “apenas” duas finais de Grand Slam e uma semifinal, o que para alguns seria um enorme feito, mas para alguns críticos do suíço era uma campanha decepcionante.

Já Rafael Nadal tinha a responsabilidade de jogar seu primeiro Grand Slam como cabeça de chave número 1. Sabidamente, Nadal costuma chegar no final da temporada com seu físico abaixo do nível apresentado no meio do ano, mas em 2008 isso vinha sendo diferente, com o espanhol chegando com a medalha de ouro dos jogos olímpicos no peito.

Aliás, as Olimpíadas pareceram ter fator determinante nesse US Open. Federer, que foi eliminado em Beijing pelo americano James Blake nas quartas-de-final, acabou vencendo o torneio de duplas ao lado de Stanislas Wawrinka, o que parece ter lhe devolvido a alegria de jogar. Isso ficou bem evidente na primeira rodada, contra o argentino Maximo Gonzalez.

O Brasil esse ano conseguiu o feito de colocar três jogadores na chave principal. Marcos Daniel e Thomas Bellucci entraram pelo ranking e Thiago Alves furou o quali. Daniel, que não vem jogando um bom tênis, principalmente em quadras duras, deu azar no sorteio e foi rapidamente eliminado pelo argentino David Nalbandian.

Bellucci deu sorte e enfrentou o espanhol Oscar Hernandez. A vitória veio em quatro sets e foi a primeira do brasileiro em quadras duras nos torneios maiores. O paulista na segunda rodada enfrentou a grande sensação do momento, o argentino Juan Martin Del Potro, que vinha de três títulos de ATP consecutivos. A derrota foi em quatro sets, porém foi uma bela exibição, que deixou boa impressão e alguma esperança para o futuro do tênis brasileiro.

Thiago Alves venceu na primeira rodada o chileno Paul Capdevile, em uma batalha de cinco sets. A partida, de nível challenger, terminou com os jogadores exaustos e com câimbras. Como prêmio pela vitória, a chance de enfrentar na segunda rodada o suíço Roger Federer em pelo Arthur Ashe Stadium.

Após a estréia avassaladora de Federer, todos esperavam mais um massacre contra Thiago Alves. O que se viu no entanto foi um brasileiro guerreiro e um suíço levando o jogo sem muito esforço. A vitória em três sets apertados deixou uma dúvida sobre quão longe Federer poderia chegar e um orgulho e esperança de chegar ao top 100 para o brasileiro.

Na rodada seguinte Federer teve sua grande atuação, ao atropelar Radek Stepanek em sets diretos. Nem mesmo a partida de cinco sets contra Igor Andreev, deixava mais dúvida de que o suíço chegaria forte na briga pelo título.

No outro lado da chave Nadal perdeu alguns sets, mostrou que seu físico vinha sofrendo, mas as vitórias foram aparecendo. O jogo mais agressivo apresentado desde Wimbledon foi embora a e velha tática dos balões com muito top-spin voltou, mas o resultado continuou aparecendo.

Os outros semifinalistas foram Novak Djokovic, que conseguiu toda a antipatia da torcida americana após bater Andy Roddick e Andy Murray, que foi o tenista que mais evoluiu esse ano, vencendo Federer e Djokovic no último Master Series. Faltava bater Nadal. A vitória veio em um jogo de dois dias, em quatro sets.

Enquanto Federer bateu Djokovic no sábado, com uma grande atuação, Murray e Nadal começaram a jogar no sábado, porém uma tempestade fez com que o jogo tivesse que ser transferido para domingo, deixando a final para segunda-feira.

Na final, um show de Roger Federer, vencendo em sets diretos e mostrando que não está morto. Nadal deve terminar o ano como número um, mas o tênis em 2009 promete e muito.